Estou de volta... como a primavera!

"Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa..."

Manuel Antonio Pina

domingo, 27 de novembro de 2016

Sobre a dor



Dor que cala 
prende choro 
revira a vida, 
vira mágoa. 
Dor bonita 
é dor vivida
escrita, 
esquecida, 
em estado de
l á g r i m a. 

Priscila Rôde


domingo, 10 de julho de 2016

Memórias de Dulcineia VII


Imagem Google

Quero que me devolvam o meu riso.
Inocente ou perverso, pertence-me.
Ouço-o, ainda, pela infância
fora quando ecoa na remota
memória da alegria.
Ouço-o na hora
de desocultar segredos,
golpeando palavras
ou inesperados silêncios.
Ouço-o, mesmo sabendo
que já não é possível
forjar, na voz, o breve instante
que vai do espanto
à original pureza do olhar.

Graça Pires


Às vezes


Foto minha

Às vezes, subitamente, a poesia te visita.
Pura.
Infinitamente pura.
Como uma rosa.
Melhor ainda:
como a idéia de rosa.

Emilio Moura


quinta-feira, 30 de junho de 2016


Arte de Igor Morski

Num espaço falso entre o que fui e o que sou 
perduram as frases que eu não disse 
aqueles gestos que eu não quis fazer 
e toda a história da minha vida 
que o destino não pôde escrever. 

Olavo Rubens

Esse lado de mim


Imagem Invisible Man (daqui)

Esse lado de mim que vive
Desejando partir 
É minha metade forasteira, 
Selvagem e traiçoeira... 

Chega ansiando ir embora, 
Parte pensando em voltar, 
E amarga uma impaciência que não controla... 

Esse lado de mim que passeia pela vida 
Sorrindo diante do intocável, 
Brilhando olhos de lobo, 

Voz mansa quebrando o silêncio, 
É a parte de mim que não sabe o que quer, 
Minha metade cansada, 
Frágil e sensível... 

Deseja ser guiada por um sonho, 
Brincar na memória de alguém, 
Ser parte eterna de uma alma 
Que já aprendeu a amar... 

  Débora Böttcher



terça-feira, 28 de junho de 2016

Da maneira mais simples


Fotografia de Elena Kalis

É apenas o começo. Só depois dói, 
e se lhe dá nome. 
Ás vezes chamam-lhe paixão. Que pode 
acontecer da maneira mais simples: 
umas gotas de chuva no cabelo. 
Aproximas a mão, os dedos 
desatam a arder inesperadamente, 
recuas de medo. Aqueles cabelos, 
as suas gotas de água são o começo, 
apenas o começo. Antes 
do fim terás de pegar no fogo
 e fazeres do inverno 
a mais ardente das estações. 

  José Fontinhas



Pintura "Descascando Cebolas", de  Lilly Martin Spencer


são as mulheres que 
fazem chorar as cebolas 
como se descascassem a própria vida 
e, arredondando-se então, descobrissem 
um corpo, o seu 
uma vida, a sua 
e, no entanto, nada que de verdade 
pudessem seu chamar 
ou talvez sim, mas só 
aquela gota de água salpicando 
um canto do avental onde 
desponta uma flor de pano colorida que 
ainda ontem ali não ardia 


Bénédicte Houart

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Trabalho de parto




(imagem: via colisions)

brotam de meu ventre
versos repulsivos
abortos involuntários
criações de assombro
incham-me o sexo
secam-me as tetas
deixando em seu rastro
nessa casa maculada
a solidão do casulo

fina casca enegrecida
hábitat de sonhos


Elizeth Serrão Rodrigues


Espectro de mim


Arte de © Miguel Campetella

Como nau perdida na noite,
sem destino, sem horizontes.
Assim eu sou:
- Espectro do que fui.
Apenas um vulto,
cara a cara com a solidão.
Sem rumo, sem certezas,
sem perspectivas.
Sem você.
Uma sentença em aberto.
Sem ponto final.

Regina Helena



A tua espera


Arte de Melissa Hartley

Estou diariamente à tua espera
como quem espera um astro pela noite

Defino-te em segredos
Revejo-te em memória

Invejo-te
Construo a tua boca sem palavras
Construo este silêncio em que me prendo. 

João Rui de Sousa





Mão esquerda contra a direita.
Tua alma e minha alma - tentes.
Fusão, beatitude que abrasa.
Direita e esquerda - duas asas.
Roda o tufão, o abismo fez-se
Da asa esquerda à asa direita.

Marina Tsvetaieva
(trad. Haroldo de Campos)


Caminhante


"Caminhante sobre o mar de névoa" de Caspar David Friedrich

Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.

Antonio Machado


Vazios


Arte de Galya Bukova

Há certa
tristeza no ar
Um certo
desgosto a me afligir
Esquivo-me de lidar
Há uma aridez
a me assolar
Devastada
e deserta
Exauri-me de
esperas e ensejos
Doravante
sigo eu esmorecida
Tornei-me insossa
e exígua de desejos
vaga de anseios
e ciente demais
de ser
perecível.

Rossana Masiero



domingo, 26 de junho de 2016

Epitáfo do apaixonado


imagem Google

Se alguém quiser escrever a minha biografia
não há nada mais simples.
À sua disposição tem apenas duas datas:
a do dia em que te conheci
e a daquele em que te foste.
Entre uma e outra decorreu a minha vida.
O que sucedeu antes, esqueci-o.
O que acontece agora, carece já de importância.

Juan Bonilla



Quase um poema primaveril


Imagem daqui

Pássaros, postilhões, quando
começares a cantar a carta
com o carimbo azul chegará, com selos
a desfazerem-se em flores com palavras
a serem lidas:

Nada
dura
para sempre

Reiner Kunze



O tempo, senhora

"Barco com Bandeirinhas e Pássaros", de Alfredo Volpi - 1955

O tempo, senhora, é este papel. 
Para os que souberam, como nós, sonhar a sua história,
nascerá sobre o branco o desenho de uma estrada:
o seu destino é um rio, ou um mar, ou um recomeço.
Na margem deste mapa dorme a praia
que guarda cada passo do que fomos ou vivemos.
Ali revejo o barco que percorre o meu papel,
e de papel é feito, como as nuvens e os pássaros
que escrevem o silêncio.
O tempo, agora, é este barco.
Os pássaros parecem pousados.
Por um instante se iluminam.
É outro dia.

W.B. Leal


Vestida de não


Desconheço a autoria da imagem

ficas melhor assim vestida de não,
ficas mais quieta na minha memória.
a solidão é deste modo: a coragem
de escrever sozinho o final da nossa história.
adiciono pontos finais ao final da nossa história:
estás quieta na minha memória, os ges...tos
sem cor, um enorme não cerceando a tua boca.
estás também nua. aproximo-me de ti com o que de mais
humano consigo invocar: ensina-me o final
da nossa história! ficas mais quieta vestida de não,
completamente nua na minha memória.
onde se desenha a tua sombra recolho
estes versos: quando traí a nossa história?

Rui Tinoco



Apetecimento

Pintura de Oleg Tchoubakov


Apetece-me fugir para dentro dos teus olhos. Apetece-me fugir para o longe que os teus olhos vislumbram. Como se fosse um sonho, uma viagem de infãncia, iremos os dois.
O tempo que não temos, a terra do nunca.
Nunca dizer que não a um desejo.
A uma vontade.
A um amor.
Nunca dizer não.

Amar-te assim, acima de todas as coisas.
Apetece-me.

Joaquim Paulo Nogueira


Morrer


Fotografia da Facepage Fabrica de Escrita

depois de me despedir
das palavras, uma a uma.
E no final,
descontada a lágrima,
restar uma única certeza:
não há morte
que baste
para se deixar de viver.

Mia Couto



Fotografia de Federico Bebber

Chegas a casa com as mãos
cheias de sacos e vincadas
pelo esforço. o silêncio é escuro
antes de acenderes a luz; depois
o silêncio é o mesmo, mas ilumina
a solidão nos objectos da casa. largas tudo
logo à entrada. acendes a luz fria da casa
de banho. pegas no elástico, agarras os
cabelos, escuros. e lavas o rosto. ele
vai ficando na água. até que o faças
escorrer pelo ralo: sem nenhum som.

Bruno Béu



Art by Prashant Nayak.

não ouso sequer perturbar a tua imobilidade
escuto com toda a clareza a metamorfose
que se desenrola em ti enquanto
te desamarras e rompes o rodeio

estremeces-me brutalmente
- és o único diamante que riscou a minha pele

Frederico Mira George



Só, silêncio e solidão, sempre


Imagem Google

Só,
só,
só,
só, sempre,
solidão, sempre, só,
só,
só,
só,
tão só, eu sempre,
silêncio e solidão, sempre,
só sempre,
eu tão só.

Alma Kodiak



Pintura de Rene Magritte - O Terapeuta

A gaiola esteve fechada por tanto tempo
que um pássaro nasceu lá dentro.

o pássaro ficou imóvel por tanto tempo
que a gaiola
corroída pelo silêncio,
se abriu.

o silêncio durou tanto
que por trás das barras negras
risos e mais risos ecoaram.

Tadeusz Rozewicz



Conheço a residência da dor


Imagem Pinterest

Conheço a residência da dor.
É um lugar afastado,
Sem vizinhos, sem conversa, quase sem lágrimas,
Com umas imensas vigílias diante do céu.

A dor não tem nome,
Não se chama, não atende.
Ela mesma é solidão:
Nada mostra, nada pede, não precisa.
Vem quando quer.

O rosto da dor está voltado sobre um espelho,
Mas não é rosto de corpo,
Nem o seu espelho é do mundo.

Conheço pessoalmente a dor.
A sua residência, longe,
Em caminhos inesperados.

Às vezes sento-me à sua porta, na sombra das suas árvores.
E ouço dizer:
"Quem visse, como vês, a dor, já não sofria".
E olho para ela, imensamente.
Conheço há muito tempo a dor.
Conheço-a de perto.
Pessoalmente.

Cecília Meireles


Ossos e sangue



Sculpture of pensive man in Perth High Street, near to Perth, Perth And Kinross, Great Britai


Para que servem
os sonhos que sempre tive,
se o tempo passou
e me petrificou?

Onde posso
encontrar carne e ossos,
se tudo agora
são pedras?

Como verter
das veias, sangue,
e revelar o pulsar do coração
se pertenço ao mundo mineral?

Como amar
se minhas perdas
fizeram de meus sentimentos
uma rua ladrilhada?

Oswaldo Antônio Begiato



Escultura no parque de Vigeland, Oslo, Noruega, um contato de olho de manutenção dos pares.

olhar o mesmo olho
com outros olhos

em outro olhar
o mesmo olho

nos mesmos olhos
o olhar do outro
de olho

Alice Ruiz



Fiat Lux


Imagem Google

hoje um sol me visitou à noite
e era ao mesmo tempo
tão distante e tão presente
tão luz e tão quente
que adormeci entre seus raios
e acordei com jeito de lua nova
outra vez

Isabella Benicio


De cara lavada


Arte de © Christophe Kiciak

hoje me desfiz dos meus bens
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos

o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos

a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos

a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos

aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos

coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos

Martha Medeiros



Vazio


Imagem daqui

Vazios os lugares
e as mãos abertas
a tatear os rostos
como paredes nuas.
Pálidas as vozes
e nos ouvidos
só apelos de mar
na vaza da maré.
Quando por fim a tarde
aceita a rendição
as mulheres amam
os lugares vazios
e deitam-nos no colo
e embalam-nos
com as vozes sobrantes
do cansaço.
Mesmo os lugares vazios
sonham com a enchente
na cava desse abraço.

Licínia Quitério


Memorias de Dulcinéia XX


Imagem Google

Ao longo dos anos conservei
uma inesperada tristeza refletida
em meus olhos cor da sede.
Pedra a pedra, casa a casa,
sombra a sombra vagueio
pelas sensações e aguardo
que se repitam os sonhos
que resistiram à violência do tempo.
Podia escrever com sangue
o instante, sem amparo,
onde reclinei a cabeça
para aguardar a morte
dos desejos.

Graça Pires


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Grandes Armazéns


Photo by Georges Dambier ( Capucine at Cafe de la Paix, Paris, 1952.)

Quando era criança, dizia à minha mãe,
em tempo de chuva,
em tempo de flores,
nas Galerias Lafayette ou Galerias Barbès:
"Mamãe, compra-me, por favor, um poema."
Ela era doce, ela era demasiado prática
e comprava-me romances,
os Jules Verne,
os Maupassant e os Dickens.

Quando era criança, dizia à minha mãe,
em tempo de amor,
em tempo de medo,
no Monoprix ou na Félix Potin:
"Mamãe, compra-me, por favor, o invisível."
Ela era boa, ela era previdente
e comprava-me coisas:
camisolas, trotinetes,
kodaks, bicicletas.

Acabei por me calar e por escrever poemas.
Há muito tempo que a minha mãe morreu,
Jules Verne envelheceu
e as minhas bicicletas já não têm rodas.
Em tempo de cansaço,
em tempo de raiva,
vou ao Supermercado,
beber um conhaque sem gosto.

Quando, mais tarde, for uma criança
num mundo melhor,
direi à minha mãe:
"Mamãe, compra-me, por favor, o silêncio."

Alain Bosquet



segunda-feira, 13 de junho de 2016


Foto de Haroldo Castro de Erfud 

As mulheres caminham sobre a solidão das dunas. 
Mas dentro delas adormece a imensidão do vento, a insubmissão do mar.
Grito mudo de asas negras, no riso oculto da carne. 
E a condição eterna de se ser a sombra, a casa, o bálsamo 
e a chaga.


Maria Jorgete Teixeira


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Ato de Contrição

Pintura de Dorina Costras

Não me arrependo de meus erros:
nada mais que sofrimento e vida.
Não me arrependo de meus beijos:
deixaram um pouco de mim
em muitas bocas.
Não me arrependo de meus pensamentos:
eram belos como mulheres nuas.
Perdoai, Senhor, se alguma vez
não fui eu mesma.


Laís Corrêa de Araújo
Em "Caderno de poesia"



quarta-feira, 1 de junho de 2016


Arte de Dorina Costras

Era manhã e anoiteceu,
sem ter havido tarde nem meio-dia,
e tudo em volta envelheceu,
perdendo cor e poesia.

Mas tu chegaste e a tarde aconteceu
e voltei a ser eu.

Torquato da Luz


segunda-feira, 23 de maio de 2016


imagem Google

aqui
nesta pedra
alguém sentou
olhando o mar

o mar
não parou
pra ser olhado

foi mar
pra tudo quanto é lado.

Paulo Leminski



domingo, 22 de maio de 2016

Medo


Imagem daqui

Medo de te amar demais,
quando demais não é suficiente.
Medo de não saber por onde vais,
quando te sei ausente.

Medo de ficar só entre os demais,
quando se torna evidente
a abundância de sinais
de que não estás presente.

Medo de te amar de mais,
porque demais não é suficiente.

Torquato da Luz


quinta-feira, 19 de maio de 2016

Tecelã


Fotografia de © Benoit Courti

Costurei palavras,
retalhos colhidos
no baú dos devaneios.

Fiz, do manto-poema,
agasalho
das esperanças

Adélia Maria Woellner




quarta-feira, 18 de maio de 2016

Amputação


Fotografia de © Benoit Courti

Algo, em mim, está morto.
O lado direito inerte, ausente,
de mim está alheio.
Do lado esquerdo
o fito,
como se a um outro
olhasse.
Metade de mim persiste,
vive,
e contempla algo, ardendo,
estiolando,
que em mim está morto.
Um perfil que apodrece
e eu vivendo
e vendo ausentar-se de mim
algo que em mim está morto
definitivamente.

Rui Knopfli


terça-feira, 10 de maio de 2016

Um despertar sem sonhos

.
.
A falta que me fazes não é tanto
à hora de dormir

É quando, ao despertar, 
revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias


Carlos Drummond de Andrade



quinta-feira, 5 de maio de 2016



Dê asas pr'eu aterrissar no céu
Dê paraquedas pr'eu saltar do chão pro céu
Para uma estrela acender na minha mão

Dê nuvens que se movem feito ondas
Ondas que batem e arrebentam lentas em mim
E dão banhos de querubim na minha asa

Dê asa, dê asa
Que o céu desaba
Dê asa, dê asa
Que o céu, minha casa
Dê asa, dê asa, dê asa
Quando a água vaza além da água
Dê céu, dê céu, dê céu
Quando do solo o sol também faz chuva
Dê céu, dê sol, dê asa
Que quando é noite eu tenho mágoa



quarta-feira, 4 de maio de 2016

Gaiola


Ilustração de Kmye Chan

De agora em diante
De trás pra frente
E para sempre
Nenhuma gaiola amarre
As asas de um pássaro
Os passos de um felino
Os sonhos de um homem

Roseana Murray



terça-feira, 3 de maio de 2016

"Gestos Descalços"


imagem Google

O que me conquista ... ?
O olhar que nada esconde
A Alma nua
... Os gestos descalços
A humildade nas mãos
O simples,
em sua plenitude.

Bruno de Paula


Interlúdio com ...

Will You Still Love Me Tomorrow - Norah Jones

Will You Still Love Me Tomorrow

Norah Jones

Tonight you're mine completely
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you still love me tomorrow?

Is this a lasting treasure
or just a moment pleasure?
Can I believe the magic of your sight?
Will you still love me tomorrow?

Tonight with words unspoken
You said that I'm the only one
But will my heart be broken
When the night meets the morning sun?

I like to know that your love
This know that I can be sure of
So tell me now cause I won't ask again
Will you still love me tomorrow?

Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?...

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