sexta-feira, 3 de abril de 2009

"Registro da Fala do Silêncio"

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O que mais tem falado em mim é o silêncio,
mas um silêncio plural – de fogo –
que com sua língua escarlate abrasa as palavras
e as queima antes de serem.
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Um silêncio de lá, de longe – das plagas interiores –
que fala o tempo todo sem dar nome ao dito.
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Em sonho é imagem: e vejo, inebriado,
a sua cara – semblante formidável:
tão formoso quanto pode ser um deus.
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O silêncio, este que fala e de que tanto falo,
é um hieroglífico poema,
e estes versos: tradução e codificação.
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José Inácio Vieira de Melo
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8 comentários:

  1. Noooooooooooooooooooo!
    a primeira estrofe quase caí da cadeira ..skaoska
    nas outras eu mantive a sanidade
    Este blog eh uma delicia
    E a música ao piano me deixou ao devaneios
    "abobei"
    Bejimm

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  2. Amada!
    Tem selinho destinado à você e ao seu blog...
    Espero que goste...
    Escolhi você com muito carinho... ;)
    Bjs

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  3. Flor,

    O silêncio fala. E como fala!

    Beijos!
    Alcides

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  4. Mateus,

    A poesia tem esse dom de nos deixar "abobados"... Beijos, querido, e desculpa a falta de tempo para retribuir a visita! Como sabes, estou de mudança: confusão plena!

    Bom fds.

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  5. Nade,

    Bom dia! Agradeço o teu carinho e vou buscar o selinho!

    Grande beijo e bom fds!

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  6. Alcides,

    Bom dia! Concordo, meu amigo. Certas horas o silêncio grita!

    Bom fds e beijos!

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. ZOADA


    Os livros foram lidos e tudo já foi dito:
    resta o silêncio – este corvo doido,
    resta a folha de papel em branco
    urubuzando minhas dores,
    buscando os meus anagramas.

    Podem rir sem pesar,
    o poeta está bêbado e não sai da linha torta.
    Não aguardem a última risada,
    pois nem o ruído da morte
    arrepiará as pétalas deste silêncio,
    nem os estrondos de todas as bombas
    farão frente à zoada que me aflige.


    JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

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