terça-feira, 6 de maio de 2008

“Entre o luar e o arvoredo”

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Entre o luar e o arvoredo,
Entre o desejo e não pensar
Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.

Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.
Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora
Entre a hora e o que a brisa traz.

Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz.

Fernando Pessoa

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