quinta-feira, 7 de agosto de 2008

. .
Tão certo quanto o amigo ama o amigo,
Também te amo, vida-enigma-.
Mesmo que em ti tenha exultado ou chorado,
Mesmo que me tenhas dado prazer ou dor.
Eu te amo junto com teus pesares,
E mesmo que me devas destruir,
Desprender-me-ei de teus braços
Como o amigo se desprende do peito amigo.
Com toda força te abraço!
Deixa tuas chamas me inflamarem,
Deixa-me ainda no ardor da luta
Sondar mais fundo teu enigma.
Ser! Pensar milênios!
Fecha-me em teus braços:
Se já não tens felicidade a me dar -
Vamos, ainda tens tua dor.
.
Lou A. Salomé

à F. Nietzsche

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