terça-feira, 6 de janeiro de 2009

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O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala

Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.

. Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?

. Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.

Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.

Reinaldo Ferreira

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