quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

"O Fogo que na Branda Cera Ardia"

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O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que na alma vejo.
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.
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Como de dois ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.
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Ditosa aquela flama, que se atreve
Apagar seus ardores e tormentos
Na vista do que o mundo tremer deve!
Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela nave
Que queima corações e pensamentos.
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Luís Vaz de Camões

Um comentário:

  1. Anônimo15/1/09

    Será que há transmissão de pensamentos ou só coincidências ? Ou realmente Camões é sempre uma fonte inesgotável de sentimentos e paixões do nosso imaginário ?

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Que bom que você veio! A casa é sua, puxe uma cadeira... aceita um café, uma água, ou prefere algo mais forte?