segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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É quando um espelho, no quarto, se enfastia;
Quando a noite se destaca da cortina;
Quando a carne tem o travo da saliva,
e a saliva sabe a carne dissolvida;
Quando a força de vontade ressuscita;
Quando o pé sobre o sapato se equilibra...
E quando às sete da tarde morre o dia -
que dentro de nossas almas se ilumina,
com luz lívida, a palavra despedida.
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David Mourão-Ferreira

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5 comentários:

  1. Também o meu dia...começa muito depois das sete...
    Beijinho, querida

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  2. Texto show viu Flor...abraços


    Hugo
    Nosso-Cotidiano

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  3. oh flor melhor que não ouvesse a despedida porém se há a despedida com certeza há de vir a volta.
    Digamos que a vida é ida e volta.
    bjusss flor!!!

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  4. Adoro este poeta e sua alma lusa cheia de lirismo...

    Bjs.

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  5. Flor,

    Para mim também houve muitas despedidas após às sete, mas ao raiar do sol era sempre uma festa a minha chegada.

    Hoje, com um pouco de sorte, podemos ver juntos o pôr do sol.

    Beijos!
    Alcides

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