quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Cinco Movimentos I"


Desconheço a autoria da imagem

Que amor é esse que, desperto, dorme
e quando acorda faz-se ambíguo sonho,
transfigurando o belo no medonho
e em noite espessa a vida multiforme?

Então amor é só o que suponho,
o que não digo por ser tão informe
que fôrma alguma lhe é jamais conforme
como este molde em que teimoso o ponho?

Será amor o que se esquiva à fala
ou à linguagem que o pretende claro?
E o que seria esse tremor mais raro
que ao aflorar parece que se cala?

Amor oblíquo que olha de soslaio,
mas que ilumina e queima como raio...

Ivan Junqueira,
In “De Cinco Movimentos”


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