terça-feira, 9 de outubro de 2018


Quantos dias se passam sem tu apareceres. 
E às vezes penso é bom que assim seja, para eu aprender a estar só. 
Mas de outras vezes rompes-me pela vida dentro e eu quase sufoco da tua presença. 
Ouço-te dizer o meu nome e eu corro ao teu encontro e digo-te: vai-te, vai-te embora. 
Por favor. 
E eu sinto-me logo tão infeliz. 
E digo-te não vás. Fica. 
Para sempre. 
Há em mim uma luta entre o desejo de que te esqueça e o de endoidecer contigo. 
Porque tu foste de um mundo incorruptível onde o tempo não passa 
e é aí que tu moras no eterno de ti.

Vergílio Ferreira

Arte by Matteo Arfanotti



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