domingo, 17 de março de 2019

O colo das tuas mãos


Escultura de Auguste Rodin

Tento explicar: 
o desalinho da ternura nas tuas mãos bordando mistérios nas linhas do meu rosto. 
Nos fios do meu cabelo. 
O silêncio dos teus dedos infinitamente enrolando e desenrolando os caracóis que me tombam sobre os olhos para esconder o sutil esvoaçar do medo... 
Tento explicar: 
as tuas mãos redondas, como ninhos. 
O colo das tuas mãos, antiquíssimo resgate da minha solidão. 
Para sempre. 

Ana Mateus




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Que bom que você veio! A casa é sua, puxe uma cadeira... aceita um café, uma água, ou prefere algo mais forte?