segunda-feira, 27 de abril de 2020

No vale dos afetos



Fotografia de  Emma Hartvig

No vale dos afetos
ninguém está seguro:
Mingua a lembrança,
Esquece-se o rosto,
Retorna-se ao eu,
Os lábios secam, as palavras dormem, os sonhos dispersam-se, a
presença ausenta-se, há o lago de que não se vê o fundo.

E apenas as pequenas ilusões
- um café, o cigarro, a limonada -
imitam dois corações unidos.

Raul de Carvalho




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