sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Segundo soneto dos setent'anos

 

Richard Gere, WENN Rights Ltd / Alamy Stock Photo


No transfúgio dos sonhos, dia a dia,
Busquei alimentar-me de esperanças.
Em meu itinerário, ou nas andanças,
Fiz pela vida estranha romaria.
Às vezes, foram fortes as mudanças

E fui perdendo luzes de alegria.
Entanto, invento sempre a fantasia,
Mesmo ofertando a face e muitas lanças.

Recuso-me, contudo, a envelhecer.
Um grande amor chegou. Por que morrer?
Por que sentir as cousas terminadas?


Não posso ser eterno. Sou tão pouco!
Gastei a vida em sonhos: peço troco.
Ao fim da tarde, penso em madrugada.

Artur Eduardo Benevides





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