sábado, 7 de junho de 2008

Gostava de morar na tua pele


Gostava de morar na tua pele
desintegrar-me em ti e reintegrar-me
não este exílio escrito no papel
por não poder ser carne em tua carne.

Gostava de fazer o que tu queres
ser alma em tua alma em um só corpo
não o perto e o distante entre dois seres
não este haver sempre um e sempre o outro.

Um corpo noutro corpo e ao fim nenhum
tu és eu e eu sou tu e ambos ninguém
seremos sempre dois sendo só um.

Por isso esta ferida que faz bem
este prazer que dói como outro algum
e este estar-se tão dentro e sempre aquém.

Manuel Alegre
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Que bom que você veio! A casa é sua, puxe uma cadeira... aceita um café, uma água, ou prefere algo mais forte?