terça-feira, 28 de maio de 2013


Arte de Ana Pardo

Por fora, 
trago o sabor 
da amora; 

por dentro, 
uma saudade 
que devora. 

Por fora, 
comemoro 
a vida; 

por dentro, 
sou veia cava 
obstruída. 

Por fora, 
um banquete 
sobre a mesa; 

por dentro, 
essa dinamite 
acesa. 

Morreu o cravo, 
sonhando 
a margarida. 

Pelo próprio espinho, 
se fez a rosa, 
ferida. 

Por fora, 
a poesia move; 

por dentro, 
o verso suicida.

Marcos Caiado


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Que bom que você veio! A casa é sua, puxe uma cadeira... aceita um café, uma água, ou prefere algo mais forte?