Arte de Alfredo Araujo Santoyo
A tarde cai num silêncio de cansaços
do sul as nuvens chegam
como flâmulas
e sobre nós respiram
leves as folhas
de sobreiros e acácias
que perduram
sobre o muro
esquecido
aberto o livro:
«não conheci o desvario do amor senão quando me esforcei
de todas as maneiras por curar-me dele»
eu amava estes lugares onde as sílabas fulgem a floração do corpo
mas as palavras já não têm tal rosto
na tarde que finda
compõem ainda uma gramática –
a do silêncio
Soledade Santos

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