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| Arte de Nicholas Fols |
Acaso eu teria farsas
Acaso eu teria farpas
Acaso eu teria fonemas
Acaso eu teria prantos
Acaso eu teria pânico
Acaso eu teria poemas
Se nas minhas veias
Não corressem dilemas?
Cris de Souza
Um poeta é um rouxinol que se senta na escuridão, e canta para se confortar da própria solidão com seus próprios sons. Seus ouvintes são homens arrebatados pela melodia de uma musica invisível, que se sentem comovidos e em paz, ainda que não saibam como nem porquê” (Percy Bysshe Shelley)
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| Fotografia de Evgeniy Beloshytskiy (@eugeniqa) |
um olho no caos
outro no cais
um olho na luta
o outro na paz
um olho perdido
outro encontrado
um olho no circo
o outro no prato
um olho invertido
e outro pintado
um olho no peixe
outro no gato
um olho pagão
outro fechado
um olho no pão
outro cansado
um olho futuro
o outro passado
um olho amigo
o outro nem tanto
um olho de vidro
outro de pano
olho
muitos olhos
na plataforma
a esperar
um olho caça um poema
o outro, um lugar pra sentar.
Ana Mendes