Photo by Eugene Robert Richee, de 1928,
Louise Brooks lounging on a large leather armchair
Estou aqui, em casa, sozinho.
Aqui estão os móveis, o ar, os ruídos.
Tenho um sentimento tão transparente
quanto a vidraça de uma janela.
É como a janela da qual olhava a neve ao amanhecer,
há muitos anos, quando criança,
e pregava o rosto contra o vidro e compreendia toda a vida.
É um desejo calmo, como a tarde.
É estar como estão todas as coisas.
Ter meu lugar como tudo o que está na casa.
Perdurar pelo tempo que for, como as coisas.
Não ser mais nem melhor do que elas.
Só ser, no meio de minha vida,
parte do silêncio de todas as coisas.
Aqui estão os móveis, o ar, os ruídos.
Tenho um sentimento tão transparente
quanto a vidraça de uma janela.
É como a janela da qual olhava a neve ao amanhecer,
há muitos anos, quando criança,
e pregava o rosto contra o vidro e compreendia toda a vida.
É um desejo calmo, como a tarde.
É estar como estão todas as coisas.
Ter meu lugar como tudo o que está na casa.
Perdurar pelo tempo que for, como as coisas.
Não ser mais nem melhor do que elas.
Só ser, no meio de minha vida,
parte do silêncio de todas as coisas.
Carlos Montemayor
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