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Arte por Nik Helbig
Abre-se a grade no jardim
com a docilidade da página
que uma devoção freqüente interroga
e lá dentro o olhar
não precisa se fixar nos objetos
que já estão firmemente na memória.
Conheço os costumes e conheço as almas
e esse dialeto de alusões
que todo grupo humano vai urdindo.
Não preciso falar
nem fingir privilégios;
os que me rodeiam me conhecem bem
e as minhas mágoas e fragilidades.
Isto, sim, é chegar ao ponto mais alto
o que talvez traga o Céu:
não as admirações ou as vitórias
mas simplesmente sermos recebidos
como parte de uma Realidade inegável
como as pedras e as árvores.
Abre-se a grade no jardim
com a docilidade da página
que uma devoção freqüente interroga
e lá dentro o olhar
não precisa se fixar nos objetos
que já estão firmemente na memória.
Conheço os costumes e conheço as almas
e esse dialeto de alusões
que todo grupo humano vai urdindo.
Não preciso falar
nem fingir privilégios;
os que me rodeiam me conhecem bem
e as minhas mágoas e fragilidades.
Isto, sim, é chegar ao ponto mais alto
o que talvez traga o Céu:
não as admirações ou as vitórias
mas simplesmente sermos recebidos
como parte de uma Realidade inegável
como as pedras e as árvores.
Jorge Luis Borges
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