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.Os anos passam… Já vai sendo tempo
De pensar na Viagem.
Irei bem ou enganei-me? Este caminho
É verdade ou miragem?
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Procuro em vão sinais. Em vão persigo
As horas silenciosas.
De olhos abertos, cega, vou andando
Sobre espinhos e rosas.
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Errada ou certa é longa a caminhada,
Longo o deserto em brasa.
Ah, não fora, Senhor, esta esperança
De uma fonte, uma asa!
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Fonte, Senhor, que mate a longa sede
Desta longa subida.
Asa que ampare o derradeiro passo
No limite da vida.
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Ah, Senhor, que mesquinhas as palavras!
Vida ou morte, que importa?
Para entrar e sair a porta é a mesma:
Senhor, abre-me a porta!
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Fernanda de Castro
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