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Deito-me ao teu lado e meus dedos se desmoronam.
Já não têm onde morar, esconsos e sozinhos,
no cós da tua calça.
Sinto o tremor do teu corpo, o zíper abrindo fendas num terremoto.
O mundo se agita. A calça se parte.
Minhas mãos são agora
como fios de água sugados pela fenda na terra
e entram pelos tecidos de poliamida e algodão.
Minha boca te esconde em porões à prova de sismo:
o teu corpo treme, as ondas se espalham.
Pobre homem, não te assusta...
a minha saliva te queima, mas minha língua te acalma:
a minha boca é só um vulcão ao contrário.
Toma essas pétalas escondidas no bojo dos meus seios:
eu só queria que o teu mundo fosse tenro. E fosse calmo.
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Rita Apoena
Já não têm onde morar, esconsos e sozinhos,
no cós da tua calça.
Sinto o tremor do teu corpo, o zíper abrindo fendas num terremoto.
O mundo se agita. A calça se parte.
Minhas mãos são agora
como fios de água sugados pela fenda na terra
e entram pelos tecidos de poliamida e algodão.
Minha boca te esconde em porões à prova de sismo:
o teu corpo treme, as ondas se espalham.
Pobre homem, não te assusta...
a minha saliva te queima, mas minha língua te acalma:
a minha boca é só um vulcão ao contrário.
Toma essas pétalas escondidas no bojo dos meus seios:
eu só queria que o teu mundo fosse tenro. E fosse calmo.
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Rita Apoena
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