Fez-se noite com tal mistério,
Tão sem rumor, tão devagar,
Que o crepúsculo é como um luar
Iluminando um cemitério
Tudo imóvel . . . Serenidades
Que tristeza, nos sonhos meus!
E quanto choro e quanto adeus
Neste mar de infelicidades!
Oh! Paisagens minhas de antanho
Velhas, velhas . . . Nem vivem mais
— As nuvens passam desiguais,
Com sonolência de rebanho
Seres e coisas vão-se embora
E, na auréola triste do luar,
Anda a lua, tão devagar,
Que parece Nossa Senhora
Pelos silêncios a sonhar
Cecília Meireles
Imagem Google, sem autoria mencionada
Um comentário:
Flor...
começar a semana com um poema desse da Cecília...nossa é brilhante!
abraços
de luz e paz
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