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SOBERBA
Tire suas mãos
geladas suadas trêmulas
de tudo o que me pertence:
afaste suas mãos
de si
e venha bater palmas
em mim
AVAREZA
Eu quero
seu olho sua boca sua mão seu balanço seu dedão do pé
eu quero
seu relógio seu cabelo sua roupa seu espaço seus pêlos de pé
eu quero
sua voz seu canudo seu cheiro seu braço sua coxa seu umbigo seu
reflexo cadarço seu beijo de veludo seu sorriso mudo até seu chulé
eu quero quase tudo
só não quero a cicatriz
embaixo do seu queixo
um corte feio e cego
desleixo do meu ego
que me faz lembrar de mim
IRA
Vem assim me esmagando
faz o sol, noite adentro,
ser de mim o que não sou
vem gritando que me odeia
faz pegadas no meu pódio
para nunca mais me pôr
...
mas pra que tanto eclipse
se já sabes que o ódio
é uma forma de amor?
LUXÚRIA
Uma palavra crua logo
após uma noite de amor selvagem
vale mais do que mil diálogos
vale mais do que mil imagens
PREGUIÇA
Vamos fazer um negócio:
esquecerei o amor
e viveremos do ócio
INVEJA
Oh, minha amada
pudera eu amá-la
o amor que tu me amas
quem dera, amada!
mas amo esse amor triste
que quase não existe
oh, minha amada
te amo como a mim
um amor mesquinho assim
pouquinho, quase nada
GULA
De tanto que me anula
a sua presença
é minha gula
Adriano de Oliveira
Um comentário:
Postagem excelente, minha amiga,
Beijinho
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