Fotografia de Fernando Campanella
Há pelo espaço um ciciar dolente
De prece, em torno da Igrejinha em ruína...
O Ângelus soa. Vagarosamente
A noite desce, plácida e divina.
Ouço gemer meu coração doente
Chorando a tarde, a noiva peregrina.
Há pelo espaço um ciciar dolente
De prece em torno da Igrejinha em ruína...
Pássaros voam compassadamente;
Treme no galho a rosa purpurina...
E eu sinto que a tristeza vem suspensa
Sobre as asas da noite erma e sombria...
E que nessa hora de saudade imensa,
Rindo e chorando desce ao coração:
Toda a doçura da melancolia,
Todo o conforto da recordação.
Auta de Souza
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