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Eu sou aquele menino
que o tempo foi devorando,
travessura entardecida,
pés inquietos silenciando
na rotina dos sapatos,
mãos afagando lembranças,
olhos fitos no horizonte
à espera de outras manhãs.
-Ai paletós, ai gravatas,
ai cansadas cerimônias,
ai rituais de espera-morte!
Quem me devolve o menino
sem estes passos solenes,
sem pensamentos grisalhos,
sem o sorriso cansado!
Que varandas me convidam
a ser criança de novo,
que mulheres, só meninas,
me tentam cabular
as aulas do dia a dia?
Eu sou aquele menino
que cresceu por distração...
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Paulo Bomfim
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