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Somos quem somos?
Esta dualidade que me permeia confunde.
Difunde, margeia, semeia caos, candeia
Sem luz, não conduz, contunde, mareia.
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Fomos quem somos?
Fomos quem somos?
Tempo, areia me enterra ou aterra,
me apoia ou me prende,
me tolhe ou distende,
me cala ou me berra.
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Calor e frio, vazio, completo
Calor e frio, vazio, completo
carente, repleto, sonhador, concreto.
Dualidade, maldade, fiel sem balança,
andança, estagnação, mansidão, pujança.
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Metade de mim arde, a outra congela.
Metade de mim arde, a outra congela.
Metade de mim é vida, a outra mazela.
Metade de mim irrompe, a outra afunda.
Metade de mim é glória, a outra imunda.
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Seremos quem fomos?
Seremos quem fomos?
Somos quem somos?
Dualidade, perversidade ou caridade?
Torvelinho, remanso, ação ou descanso.
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Não sei! Se alguém sabe me conte.
Não sei! Se alguém sabe me conte.
Mas conte de manso.
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Jorge Reigada
Jorge Reigada
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4 comentários:
Flor,
essa poesia de hoje fez-me lembrar de uma citação de Julio Cortazar:
"Dentro da gente há um outro que perseguimos durante toda a vida. Penso que é importante a busca permanente de tudo o que está do outro lado do visível e do que chamamos de realidade."
Beijos e bom final de semana!
Oi Flor!
Eis a eterna pergunta: Que somos nós?
Uma manhã filosófica!
Beijos prá você.
Flávio,
é mesmo um convite a reflexão desses dois lados opostos que possuímos, e que possivelmente estão unidos pela diferença, mas possivelmente não são conciliáveis!
Beijos!
Helena, querida amiga,
Que bom que temos essa interminável composição de acontecimentos que nos faz seres multiplos na essencia!
Beijos e bom final de semana.
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