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Imagem Google
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Ninguém sabe andar na rua como as crianças.
Para elas é sempre uma novidade,
é uma constante festa transpor umbrais.
Sair à rua é para elas muito mais do que sair à rua.
Vão com o vento.
Não vão a nenhum sítio determinado,
não se defendem dos olhares das outras pessoas
e nem sequer, em dias escuros, a tempestade se reduz,
como para a gente crescida,
a um obstáculo que se opõe ao guarda-chuva.
Abrem-se à aragem.
Não projetam sobre as pedras, sobre as árvores,
sobre as outras pessoas que passam, cuidados que não têm.
Vão com a mãe à loja,
mas apesar disso vão sempre muito mais longe.
E nem sequer sabem que são a alegria de quem as vê passar e desaparecer.
Ruy Belo
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4 comentários:
Minha querida Flor
Um belo poema, como sempre com a ternura que só as crianças têm.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
Lembranças de minha infância agora...viu
abraços
que lindo! crianças olham o mundo com a alma. Temos muito a re-aprender.
beijos
Crescemos e perdêmos a pureza das crianças e passamos o resto da vida tentando resgatá-la...
Belíssimo poema, Flor!
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