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Dorme ruazinha. É tudo escuro.
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos.
Dorme; Não há ladrões, eu te asseguro.
Nem guardas para acaso perseguí-los.
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos.
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão.
Dorme, ruazinha… Não há nada…
Só os meus passos. Mas tão leves são,
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração.
Mario Quintana
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