.
"Didn't call birdy", by Katerina Belkina
.
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
essa espécie ainda envergonhada.
Aceito subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa me casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
.
3 comentários:
É bem minha cara esse poema...e essa foto, me sentir sabe...brilhante Flor.
Abraços
Flor,
Mais uma vez toda a força e coragem da Mulher.
Beijos!
Alcides
Minha querida Flor
Estou recebendo os amigos na comemoração de um ano de blogue e tu és minha amiga.
Beijinhos
Sonhadora
Postar um comentário