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Não levaste a minha carne
mesmo que se tenha misturado com tua.
E não levaste o meu sangue
mesmo que se tenha embebido do teu.
O prazer não se leva e mal se recorda,
e nem fica no rosto como tatuagem.
Então...depois de tudo, o que ficou?
- Talvez as palavras que ao ouvido te dizia.
Não as saudades da carne, mas da poesia!
João Morgado
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