Fotografia de Ines Dias
Escondo-me atrás de coisas simples, para que me encontres.
Se não me encontrares, encontrarás as coisas,
tocarás o que minha mão já tocou,
os traços juntar-se-ão de nossas mãos, uma na outra.
A lua de agosto brilha na cozinha
como pote estanhado (pela razão já dita),
ilumina a casa vazia e o silêncio ajoelhado,
este silêncio sempre ajoelhado.
Cada palavra é a partida
para um encontro - muita vez anulado -
e só é verdadeira quando, para esse encontro,
ela insiste, a palavra.
Se não me encontrares, encontrarás as coisas,
tocarás o que minha mão já tocou,
os traços juntar-se-ão de nossas mãos, uma na outra.
A lua de agosto brilha na cozinha
como pote estanhado (pela razão já dita),
ilumina a casa vazia e o silêncio ajoelhado,
este silêncio sempre ajoelhado.
Cada palavra é a partida
para um encontro - muita vez anulado -
e só é verdadeira quando, para esse encontro,
ela insiste, a palavra.
Yannis Ritsos
Trad. de Eugénio de Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário