fotocolagem de Lia Cruz, "When the dark guides the hear"
a cabeça de qualquer pessoa
pesa sobre o feixe das artérias
sobre as asas cegas dos ombros
a gaiola do ar a doida flor de sangue
que abre e fecha procurando
inutilmente a própria chave
a cabeça de qualquer pessoa
é um origami que os dedos sujos
do mundo dobram e desdobram
para dentro e para fora
para dentro e para fora
tentando semear no caos
a impossível semente do sentido
é preciso deitar sobre a mesa
não: sobre o mar essa folha em branco
deixar o sal a argila os cemitérios
submarinos desenharem nela o rosto
daquilo que é sem rosto
e que nenhum nome definirá
como naquela manhã a madeleine
mergulhada em chá de tília
explodiu no tempo silenciosamente
misteriosamente a sua primeira rosa
Carlos Moreira
pesa sobre o feixe das artérias
sobre as asas cegas dos ombros
a gaiola do ar a doida flor de sangue
que abre e fecha procurando
inutilmente a própria chave
a cabeça de qualquer pessoa
é um origami que os dedos sujos
do mundo dobram e desdobram
para dentro e para fora
para dentro e para fora
tentando semear no caos
a impossível semente do sentido
é preciso deitar sobre a mesa
não: sobre o mar essa folha em branco
deixar o sal a argila os cemitérios
submarinos desenharem nela o rosto
daquilo que é sem rosto
e que nenhum nome definirá
como naquela manhã a madeleine
mergulhada em chá de tília
explodiu no tempo silenciosamente
misteriosamente a sua primeira rosa
Carlos Moreira
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