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Que eu possa sentir a dor e aceitar
o vazio do estímulo, a ausência da poesia no ar,
o aroma que não espargiu, o vinho que secou,
o olhar que nada achou, a lágrima que não rolou...
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Nem sempre o que acaba torna-se um nada:
Nem sempre o que acaba torna-se um nada:
há fragmentos azuis a recordar,
sorrisos tolos que teimam em revisitar a face,
noites estreladas e conselheiras,
mesmo com a mesa vazia,
com a lareira apagada e a alma sem energia...
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Amores não se perdem, volateiam...
Amores não se perdem, volateiam...
Reencontram-se em outras esquinas,
perduram ou não duram... escasseiam...
Mas se é fraco, não é amor,
e não há tempo em que ele renasça
para reunir as mesmas taças,
afagar cansaços, fazer soar novamente o sino...
Preparo-me para que a tua debilidade
não seja a mortalha de uma futura saudade...
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Marise Ribeiro
Marise Ribeiro
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