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Certa vez deixei a minha casa...
Cinco e meia, talvez,
Talvez seis horas da manhã da vida...
Um sol vermelho, de um vermelho brasa,
Por sobre a estrada adormecida,
Em completa mudez,
Derramava-se todo
Numa tonalidade futurista...
Era manhã quando sai de casa...
E o sol, vermelho de zarcão, dizia:
- "Para onde vai esse menino doudo
Que nem espera que lhe venha o dia?"
Cheio de minha fé, saí disposto
Para a conquista
Da primeira curva
Do caminho; porém,
Logo à tardinha o sol esmaeceu
E eu vi que havia rugas em meu rosto
E a minha vista
Já ficava turva
Como a vista do sol que envelheceu...
E, passo a passo, envelheci também...
De volta,
Meus sonhos apagados,
Joelhos vertendo dor, pés descarnados,
Sem um gesto, entretanto, de revolta,
Ando a procura de uma cova rasa
Onde eu, mártir da fé, pobre e infeliz,
Possa, enfim, encontrar a recompensa
De uma conquista imensa
Que não fiz! Era manhã quando saí de casa...
.
Judas Isgorogota
Certa vez deixei a minha casa...
Cinco e meia, talvez,
Talvez seis horas da manhã da vida...
Um sol vermelho, de um vermelho brasa,
Por sobre a estrada adormecida,
Em completa mudez,
Derramava-se todo
Numa tonalidade futurista...
Era manhã quando sai de casa...
E o sol, vermelho de zarcão, dizia:
- "Para onde vai esse menino doudo
Que nem espera que lhe venha o dia?"
Cheio de minha fé, saí disposto
Para a conquista
Da primeira curva
Do caminho; porém,
Logo à tardinha o sol esmaeceu
E eu vi que havia rugas em meu rosto
E a minha vista
Já ficava turva
Como a vista do sol que envelheceu...
E, passo a passo, envelheci também...
De volta,
Meus sonhos apagados,
Joelhos vertendo dor, pés descarnados,
Sem um gesto, entretanto, de revolta,
Ando a procura de uma cova rasa
Onde eu, mártir da fé, pobre e infeliz,
Possa, enfim, encontrar a recompensa
De uma conquista imensa
Que não fiz! Era manhã quando saí de casa...
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Judas Isgorogota
Um comentário:
linda poesia... E adorei a foto!
beijos
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