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É doce
a tentação do labirinto
assim que o sono chega e se propaga
ao contorno das coisas. Mal as sinto
quando confundo a onda sempre vaga
deste falso cansaço que regressa
ao som da minha estranha e dócil fala
cada vez mais submersa como essa
pequena luz da rua que resvala
pelo interior da noite. É quase um sonho
a respirar lá fora enquanto o quarto
se dilui na fronteira que transponho
e afoga a consciência de onde parto
agora sem direito nem avesso
no incerto momento em que adormeço.
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Fernando Pinto do Amaral
É doce
a tentação do labirinto
assim que o sono chega e se propaga
ao contorno das coisas. Mal as sinto
quando confundo a onda sempre vaga
deste falso cansaço que regressa
ao som da minha estranha e dócil fala
cada vez mais submersa como essa
pequena luz da rua que resvala
pelo interior da noite. É quase um sonho
a respirar lá fora enquanto o quarto
se dilui na fronteira que transponho
e afoga a consciência de onde parto
agora sem direito nem avesso
no incerto momento em que adormeço.
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Fernando Pinto do Amaral
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