Fotografia de Dalva Nascimento
Não estás aqui.
Nem na minha vida, nem no meu sonho.
Não estás nem no que eu amo nem no que eu quero.
E nem no que preciso.
E nem no que odeio.
Não estás, sequer, entre as coisas que me são indiferentes.
Simplesmente não estás.
Nem és.
Nem poderás ser alguma vez.
Sendo assim, és apenas o que não és.
Logo, não existes, não contas, não respiras, não vives.
E não serás recordação.
Não haverá memória de ti, apenas memória da tua não presença, de uma luz que nunca se acendeu, de um rio que não tem água, de um recado que não tem palavras, de um filme que não tem imagens.
E ainda assim, falo de ti.
Ainda assim faço de conta que existes, fantasma do meu texto, espírito do nada que me escreves quando escrevo.
Inexistência do que é.
Certeza de tudo o que é incerto.
Sentimento do que não pode ser sentido.
Joaquim Pessoa
Nem na minha vida, nem no meu sonho.
Não estás nem no que eu amo nem no que eu quero.
E nem no que preciso.
E nem no que odeio.
Não estás, sequer, entre as coisas que me são indiferentes.
Simplesmente não estás.
Nem és.
Nem poderás ser alguma vez.
Sendo assim, és apenas o que não és.
Logo, não existes, não contas, não respiras, não vives.
E não serás recordação.
Não haverá memória de ti, apenas memória da tua não presença, de uma luz que nunca se acendeu, de um rio que não tem água, de um recado que não tem palavras, de um filme que não tem imagens.
E ainda assim, falo de ti.
Ainda assim faço de conta que existes, fantasma do meu texto, espírito do nada que me escreves quando escrevo.
Inexistência do que é.
Certeza de tudo o que é incerto.
Sentimento do que não pode ser sentido.
Joaquim Pessoa
in “Ano Comum”
Nenhum comentário:
Postar um comentário