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Para onde é que vão os versos
que às vezes passam por mim
como pássaros libertos?
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Deixo-os passar sem captura,
vejo-os seguirem pelo ar
- um outro ar, de outros jardins...
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Aonde irão? A que criaturas
se destinam, que os alcançam
para os possuir e amestrar?
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De onde vêm? Quem os projeta
como translúcidas setas?
E eu, por que os deixo passar,
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como alheias esperanças?
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Cecília Meireles
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