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Quando eu estiver mais triste
mas triste de não ter jeito,
quando atormentados morcegos –
um no cérebro outro no peito –
me apunhalarem de asas e me cobrirem de cinza,
vem ensaiando de leve
leve linguagem de flores.
Traze-me a cor arroxeada daquela montanha –
lembra? que cantaste num poema.
Traze-me um pouco de mar
ensaiando-se em acalanto na líquida ternura
que tanto já me embalou.
Meu velho poeta
canta um canto que me adormeça
nem que seja de mentira.
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Olga Savary
Quando eu estiver mais triste
mas triste de não ter jeito,
quando atormentados morcegos –
um no cérebro outro no peito –
me apunhalarem de asas e me cobrirem de cinza,
vem ensaiando de leve
leve linguagem de flores.
Traze-me a cor arroxeada daquela montanha –
lembra? que cantaste num poema.
Traze-me um pouco de mar
ensaiando-se em acalanto na líquida ternura
que tanto já me embalou.
Meu velho poeta
canta um canto que me adormeça
nem que seja de mentira.
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Olga Savary
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