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No exílio do quarto escuro,
Tragando spleens de Baudelaire,
Entre três tangos e dois tintos
Redescubro meu lado impuro,
Amaldiçoado, sórdido, porém — por que não? — distinto!
Ora, sou caído, não minto...
A Decadência, velha rota, sem dentes,
Me diverte, pulando saltos frementes,
Tangueando, bêbada, só e torta...
Cambaleia a doida (coitada...) e ri, indecente...
Maldito sou! (a natureza condena)
Pois bem! Dancemos, bela bêbada velha!
Tornemos mais rota e impura a cena,
Sangremos de tinto a tela imperfeita,
Bailemos, para levarmos à Noite a cor vermelha!
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Ricardo Ruiz
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