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Medas de trigo ao sol – Agosto.
Tudo o calor do sonho amadurece;
Só a verde amargura do meu rosto
Permanece.
Até me lembro que não sou da vida!
Que não pertence à terra esta tristeza...
Que sou qualquer desgraça acontecida
Fora do seio-mãe da natureza.
E contudo não sei de criatura
Que mais deseje ter esta alegria
De um fruto azedo que arrancou doçura
Do céu, das pedras e da luz do dia.
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Miguel Torga
Um comentário:
Nada pior do que essa sensação...
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