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A um secreto leitor
No silêncio da noite é que eu te falo
Como através dum ralo
De confissão.
Auscultadores impessoais e atentos,
Os teus ouvidos são
Ermos abertos para os meus tormentos.
Sem saber o teu nome e sem te ver
- Juiz que ninguém pode corromper -,
Murmuro-te os meus versos, os pecados,
Penitente e seguro
De que serás um búzio do futuro,
Se os poemas me forem perdoados.
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Miguel Torga
Um comentário:
Bom dia Flor, novamente nos encontramos e desta vez através de Miguel Torga, esse poeta de uma linguagem forte e penetrante.
Coincidentemente tivemos outra semelhança numa mesma ocasião, com o um mesmo poeta. Acabei de postar uma dele, que ótimo heim?
Querida tenha um ótimo e feliz final de semana.
Ahh que música bela.
Bjs
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