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O meu amor sozinho
É assim como um jardim sem flor
Só queria poder ir dizer a ela
Como é triste se sentir saudade
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É que eu gosto tanto dela
Que é capaz dela gostar de mim
E acontece que eu estou mais longe dela
Que da estrela a reluzir na tarde
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Estrela, eu lhe diria
Desce à terra, o amor existe
E a poesia só espera ver
Nascer a primavera
Para não morrer
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Não há amor sozinho
É juntinho que ele fica bom
Eu queria dar-lhe todo o meu carinho
Eu queria ter felicidade
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É que o meu amor é tanto
Um encanto que não tem mais fim
E no entanto ele nem sabe que isso existe
É tão triste se sentir saudade
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Amor, eu lhe direi
Amor que eu tanto procurei
Ah, quem me dera eu pudesse ser
A tua primavera
E depois morrer.
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Vinicius de Moraes
2 comentários:
Oi Flor
Bem escolhido este poema do imortal Vinicius de Morais, encimado por uma linda fotografia campestre.
Beijinho
G.J.
Flor,
É por causa de alguns amores platônicos que existem belos poemas, como esse.
Fosse esse amor correspondido, ou declarado, teríamos outro belo poema do Vinícius: Soneto de Fidelidade.
Quando se vê as coisas com os olhos da poesia tudo fica mais interessante.
Beijos!
Alcides
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