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O meu poema é música sem partituras,
rabeca troncha e sonsa de uma nota só.
Paixão que bebe a doce clave das loucuras
nas batutas do amor, poeira, pedra e pó.
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O meu poema é mote de enganar agruras,
jazz que me envolve em tela azul de rococó.
Pincel, paleta e marcas de velhas cesuras
no corpo de sonetos que amarro e dou nó.
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Silêncio de relâmpago e luas desertas,
luares e palavras de aluar pateta,
para cumprir a sina: poeta ou poeta!
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Sigo pelos caminhos de portas abertas,
rasgando a solidão da palavra concreta,
desafinando a orquestra e a ponta da caneta.
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Nathan de Castro
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