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Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
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Porque os outros se compram e se vendem
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
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Porque os outros vão à sombra dos abrigos
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
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Sophia de Mello Breyner Andresen
Sophia de Mello Breyner Andresen
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8 comentários:
Flor!
Este poema da Sophia!
Quanta verdade e sabedoria há nestas palavras!
Gosto especialmente desta poetisa, que tanto me ensinou na linda arte que é a escrita.
Beijos para si neste domingo
Filomena
Doce Flor,
Esse poema é para mim, como uma criança inocente na fase dos porquês. E geralmente nessa fase nunca encontramos quem nos responda...e ficamos sempre na dúvida, fantasiando respostas que
satisfaçam a nossa alma...
Lindo poema!!
Beijos!
Filomena,
Sophia é grande pelo que representa na poesia portuguesa. Admiro muito a sua obra!
Beijos e bom domingo, querida!
Glaucia,
essas indagações sempre se farão presentes em todas as fases de nossa vida. Um domingo lindo prá ti, amiga!
Bjs.
Florzinha:
boa noite!
Este poema é um dos meus preferidos.
Nos tempos que correm uma grande verdade...
Beijinho
Flor,
Eu não conhecia este poema, obrigado pela oportunidade.
Imagino o indagado como um palhaço andando na corda bamba. Todos se machucam, ele não. E ainda nos faz rir.
Beijos!
Alcides
PS. The long and winding road é uma das minhas favoritas.
Aninha,
também é o meu favorito de Sophia... sempre tão atual em seus versos!
Beijos, amiga!
Alcides,
tivestes uma visão do interrogado muito pertinente. E não é assim que nos vemos as vezes?!?
Beijos!
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