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Deus,
eu faço parte do teu gado:
esse que confinas em sonho e paixão
e às vezes em terrível liberdade.
Sou, como todos, marcada neste flanco
pelo susto da beleza, pelo terror da perda
e pela funda chaga dessa arte
em que pretendo segurar o mundo.
No fundo,
Deus,
eu faço parte da manada
que corre para o impossível,
vasto povo desencontrado
a quem tanges, ignoras
ou contornas
com teu olhar absorto.
Deus,
eu faço parte do teu gado
estranhamente humano,
marcado para correr, amar, morrer
querendo colo, explicação, perdão
e permanência.
Lya Luft
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5 comentários:
Amiga Flor:
Vou andar ausente, mas tenho comigo na lembrança os bons amigos como tu. Venho desejar-te um Feliz ano de 2010.
Beijo
Flor.em belas palavras poéticas,li um belo poema que vai ao encontro da época que se vive,onde a maioria anda ao sabor dos ventos,da guerra e da fome,fruto deste rebanho criado por Deus.
Beijinho e Feliz Natal em Paz e Amor.
Lisa
olá flor tudo bem?
"pelo susto da beleza, pelo terror da perda
e pela funda chaga dessa arte"
sem palavras,o encanto das letras inebria a alma,deixa bebado um simples espirito humano.
Flor,
Como é bom fazer parte do gado de Deus e ser marcado para correr, amar, morrer querendo colo, explicação, perdão e permanência.
Estive ausente por motivo de trabalho, mas pretendo ainda hoje comentar tudo o que li e ainda não pude.
Beijos!
Alcides
Ei, você, aonde vai com tanta pressa?
Eu sei que você tem pouco tempo...Mas será que poderia me dar uns minutos da sua atenção?Percebo que há muita gente nas ruas, correndo como você.
Para onde vão todos?
Os shoppings estão lotados...Crianças são arrastadas por pais apressados, em meio ao torvelinho...
Há uma correria generalizada...
Alimentos e bebidas são armazenados...E os presentes, então?
São tantos a providenciar...
Entendo que você tenha pouco tempo.
Mas qual é o motivo dessa correria?
Percebo, também, luzes enfeitando vitrines, ruas, casas, árvores...
Mas confesso que vejo pouco brilho nos olhares...
Poucos sorrisos afáveis, pouca paciência para uma conversa fraternal...
É bonito ver luzes, cores, fartura...
Mas seria tão belo ver sorrisos francos...
Apertos de mãos demorados...
Abraços de ternura...
Mais gratidão...
Mais carinho...
Mais compaixão...
Talvez você nunca tenha notado que há pessoas que oferecem presentes por mero interesse...
Que há abraços frios e calculistas...
Que familiares se odeiam, sem a mínima disposição para a reconciliação.
Mas já que você me emprestou uns minutos do seu precioso tempo, gostaria de lhe perguntar novamente: para que tanta correria?
Em meio à agitação, sentado no meio-fio, um mendigo, ébrio, grita bem alto: "viva Jesus, feliz Natal"!
E os sóbrios comentam: "é louco!”.
E a cidade se prepara...
Será Natal.
Mas, para você que ainda tem tempo de meditar sobre o verdadeiro significado do Natal, ouso dizer:
O Natal não é apenas uma data festiva, é um modo de viver.
O Natal é a expressão da caridade...
E quem vive sem caridade desconhece o encanto do mar que incessantemente acaricia a praia, num vai-e-vem constante...
Natal é fraternidade...
E a vida sem fraternidade é como um rio sem leito, uma noite sem luar, uma criança sem sorriso, uma estrela sem luz.
Mas o Natal também é união...
E a vida sem união é como um barco rachado, um pássaro de asas quebradas, um navegante perdido no oceano sem fim.
E, finalmente, o Natal é pura expressão do amor...
E a vida sem amor é desabilitada para a paz, porque em sua intimidade não sopra a brisa suave do amanhecer, nem se percebe o cenário multicolorido do crepúsculo.
Viver sem a paz é como navegar sem bússola em noite escura...
É desconhecer os caminhos que enaltecem a alma e dão sentido à vida.
Enfim, a vida sem amor...
Bem, a vida sem amor é mera ilusão.
Que este Natal seja, para você, mais que festas e troca de presentes...
Que possa ser um marco definitivo no seu modo de viver, conforme o modelo trazido pelo notável Mestre, cuja passagem pela Terra deu origem ao Natal...
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.
carinho
De
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