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Desenha com a ponta dos teus dedos
as fronteiras exactas do meu rosto
as rugas os sinais a cicatriz que ficou da infância
o lento sulco das lâminas onde no peito
se enterra o mistério do amor
e diz-me
o que de mim amaste noutros corpos
noutras camas noutra pele
prometo que não choro mas repete
as palavras um dia minhas que sem querer
misturaste nas tuas e levaste
com as chaves de casa e os documentos do carro
- e largaste sobre a mesa com o copo de gin a meio
na primeira madrugada em que me esqueceste.
Alice Vieira
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4 comentários:
Boa noite, amiga Flor:
O poema é lindo sim, mas eu não gostaria de ter sentido essas emoções e desencantos poéticos...
Beijinhos
Flor. Gostei de ler Alice Vieira,e agradeço a partilha,não conhecia este poema.
Beijinho de amizade Lisa
Fascinante!
Abraços
em tua alma.
Hugo
Flor
Lindo poema, adoro Alice Vieira.
Beijinhos
Sonhadora
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