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Venha como raio de luar
em frestas de lembranças.
Venha manso em abandono
E descanse dentro de mim
Aninhado e livre
pois sabe que te guardarei...
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Traga o cansaço das noites indormidas...
Seus restos de mãe e pai
Que te recolho inteiro...
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Mas chegue devagar.
Não me assuste os
pensamentos que estão calmos.
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Cala-me...
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Cala-me na boca carências sutis.
Lava-me o corpo tranquilo e sereno.
E me possua devagarinho
em doce abandono...
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Navega meu corpo que é mar sereno
E seja absoluto...
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Sem pressa.
Como eterno caminhante do
meu corpo que é teu...
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Mara Araujo
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