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Rodai o zodíaco, fazei girar a rosa-dos-ventos,
sacudi ampulheta, gastai calendários, despojai primavera
se enfeitai outonos, matai luas e ressuscitai luas, trazei pessoas,
levai fantasmas, descei e subi ruas e rios, atravessai a terra em
longo e largo, levantai cidades e castelos de cartas, misturai flores
dos caleidoscópios e a pintura inocente do arco-íris.
Abri os olhos, fechai os olhos, abri e fechai janelas, portas, palavras...
Jogai para longe os vossos sapatos com a poeira de tanto andar,
e os vossos lenços com lágrimas de tanto adeus.
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Cecília Meireles
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