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Demorei três horas para beijar os lábios dela
Faltou-me tempo para contar os fios do belo cabelo
Como faltou tempo resolvi penteá-los
Pensei nas montanhas de Minas
Nos cabelos de cachoeira
Comecei a contar os poros dos seus seios
Verificar as curvas que esconde
A grande anca que sustenta
O sorriso aberto e largo que me oferece
E implorei para dormir em sua nuca
Ali encontrei a gruta em paz
Fiquei quietinho esperando o tempo macabro passar
Até que pensei em dormir para sempre
Acordei morrendo na manhã cinza do inverno que se aproxima
O tempo, meu maior inimigo, passou
Ela novamente beijou minha testa triste
Fechou a porta, tapou a nuca
E tive que enfrentar a humanidade,
a finitude e a podridão que é este mundo dos bípedes humanos
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Lúcio Alves de Barros
Lúcio Alves de Barros
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