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De quem é essa poesia partida
que derrama pela fresta
lágrimas azuis?
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E a rosa-dos-ventos caída de lado
que gira cansada
pra lado nenhum?
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Quem deixou esta valsa comum
que pende da pauta,
escorrega da flauta,
descrente e descalça?
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Que tudo volte a ser como antes:
o corrimão de estrelas,
a jarra de sonhos,
meu carrossel de passarinhos.
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Que abra a porta ao viajante.
Uma bilha de água pura sobre a mesa,
o pão na porcelana portuguesa,
uma toalha sem manchas,
um poema desenhando sóis pelo caminho.
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Flora Figueiredo
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