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Que bom é ser
qualquer coisa, assim, ao léu,
uma pluma de vender,
um pensamento, um chapéu,
enfim ser, tão-somente isto,
ser apenas pelo meio,
sem um nome, sem um misto
de ancoragem ou de enleio,
ser nada (não é possivel),
ser tudo (mas é demais)
ser então o indefinível
nem tão pouco, nem demais.
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Armindo Trevisan
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